Nesta semana tive um ótimo encontro virtual com a equipe da Faculdade Única de Ipatinga-MG. Uma conversa alegre e descontraída, mas ao mesmo tempo profunda, que nos deixa convictos sobre o alcance de um dos nossos propósitos:
“a construção colaborativa de uma rede de aprendizagem ativa”
Esta rede tem o potencial de abrigar uma expressiva diversidade. A referência para a integração de novos elos está na visita dialógica a alguns fundamentos: as transversalidades que conferem identidade à rede.
Foi assim que aconteceu com a equipe da Faculdade Única. Na leveza de uma visita às suas potentes práticas e experiências, tanto individuais quanto coletivas, tivemos a oportunidade de visitar variados fundamentos de forma recursiva. Reconhecer, na expressão da diversidade Única, inúmeras potencialidades de um estilo de pensamento fundado na aprendizagem ativa.
A rede disparada pelo #1CBMAOnline tem nos dado a oportunidade de tecer muitas conversas e identificar desafios recorrentes entre os profissionais e instituições
Uma delas, tocada na conversa com a equipe, diz respeito ao seguinte desafio:
“que as práticas docentes individualizadas (pulverizadas) criem o amálgama de uma experiência institucional”
Criar um sistema consistente de práticas ativas de aprendizagem depende de um processo contínuo de adesão. Mas são vários os elementos que dificultam o deslocamento do quentinho confortável de uma prática centralizada, para o fluxo de uma rede distribuída de aprendizagem, onde múltiplas polinizações fazem brotar conhecimentos e competências inesperados e diversificados entre os aprendizes.
Diante da postura integradora da equipe da Faculdade Única, falamos sobre a importância do acolhimento daqueles docentes com dificuldades de alterar seus posicionamentos centralizados. Os coletivos em que estamos imersos, muitas vezes, cultivam um estilo de pensamento que direciona as pessoas para a criação de categorias polarizadas. No desejo de ver os processos funcionarem de acordo com as próprias verdades, são criadas categorias mentais e a instituição é mapeada: de um lado inovadores e de outro, aqueles que ainda não desenvolveram tal potencial (entre os quais se posicionariam os tradicionais)
Este é um cuidado a ser tomado. Esta pode ser uma armadilha que dificulta a construção de uma cultura colaborativa de aprendizagem.
Ao definirmos e valorizarmos os docentes e as práticas que se aproximam de um “ideal” ativo de aprendizagem, deixamos de ouvir muitos que não estão em um patamar esperado. As experiências têm nos dito que a abertura de espaços de diálogo e de escuta ativa ampliam as possibilidades de reconhecimento, em cada uma das práticas profissionais, de variados potenciais.
Muitas vezes, as novidades surgem onde o nosso estilo de pensamento menos espera.
Construir com os outros, em diversidade, pode ser mais trabalhoso, mas talvez mais produtivo para a cultura institucional do que construir apesar dos outros.
Acessar de forma integrada as diferentes experiências – pelo tecido das transversalidades – ao invés de criar referências de práticas ideais, nos ajuda muito a fortalecer uma cultura institucional capaz de diminuir as resistências. Este movimento exige uma importante atenção às emoções que fundam a rede de relações.
O deslocamento da emoção do “dever ser” (que funda a exigência de que o outro faça o que se espera dele ou que façamos o que o outro exige) para aquelas fundadas na aceitação do outro em sua legitimidade, partindo do ponto em que cada um está, em uma construção colaborativa, costuma criar configurações propícias para os movimentos de adesão.
Isto não significa que a instituição deva caminhar no ritmo daqueles com maiores resistências e comportamentos contrastantes aos fundamentos transversais das Metodologias Ativas de Aprendizagem, mas nos alerta para a importância da dinâmica emocional que sustenta a cultura institucional. Para a importância de privilegiar emoções geradoras de ações sedutoras e acolhedoras, ao invés daquelas com potencial excludente.
Para ilustrar este texto, trazemos uma oferta especial: a contribuição da Valeria Vernaschi Lima em seu Drops apresentado no #1CBMAOnline – Resistência às Metodologias Ativas. Com sua larga experiência e sensibilidade ela nos ajuda a tecer o caminho desenhado anteriormente:
O que esperamos com esta postagem é que novas equipes ganhem motivação para tornarem-se elos desta rede. Assim, poderemos potencializar as trocas e desenvolver sistemas consistentes de aprendizagem ativa por todas as localidades que este sistema, “Metodologias Ativas Online” pode abranger.
Indicações importantes
A Faculdade Única, representada pela Professora Luciana Ulhôa, fez parte do Congresso apresentando na seção Brasil Afora o título: “Experiência de formação da educação básica”
No #1CBMAOnline além das falas já citadas no texto, são várias as contribuições que nos ajudam de forma importante a visitar o tema das resistências e a construção de uma cultura voltada para a integração das Metodologias Ativas de Aprendizagem.
Citamos aqui as conexões:
Gustavo Gastardelli: “Integração das Metodologias Ativas como um processo de construção cultural: práticas pedagógicas e gestão” Bloco 16
Paulo Tomazinho: “Implantação de estratégias de MA e adoção por professores e engajamento dos alunos” Bloco 19
Em ambas as falas há uma grande riqueza de elementos, que podem contribuir para a sedução de profissionais no sentido de construir um sistema de aprendizagem ativa.