CONEXÃO Carlos Mourthé: “As Metodologias Ativas de Aprendizagem como um Estilo de Pensamento”

 

Aqui é o espaço para comentários, discussões e reflexões sobre a CONEXÃO apresentada por Carlos Mourthé: "As Metodologias Ativas de Aprendizagem como um Estilo de Pensamento"

8 comentários em “CONEXÃO Carlos Mourthé: “As Metodologias Ativas de Aprendizagem como um Estilo de Pensamento”

  1. Liliane Parreira Tannús Gontijo Responder

    Adorei! Pontos fortes e contributivos para minha prática docente foram inúmeros, mas destaco aqui alguns que me chamaram a atenção e sintetizo sua fala como forma de aprendizagem:
    • Thomas Kuhn (A tese da incomensurabilidade dos paradigmas) x Ludwig Fleck (Estilos de pensamento na ciência – ideia evolucionária do conhecimento e integradora).
    • Assim, a proposta dicotomizante não tem espaço forte nesse pensamento EVOLUCIONÁRIO das Metodologias Ativas e Ensino-Aprendizagem (MAEA). Estamos em um processo de construção, não existe uma cisão paradigmática.
    • Então, ao tecer um percurso das TRANSVERSALIDADES DE UM ESTILO DE PENSAMENTO inclui a compreensão que transversalidade é se desenvolver a imagem de uma árvore, primeiramente como tronco vigoroso, para em seguida imaginar seus galhos diversos e legítimos.
    • Elementos das TRANSVERSALIDADES DA MAEA: Deslocamento para a EXPERIENCIA (sensacional o exemplo da história do Monge sobre o céu e inferno), reforçou em mim como docente a relevância de viver corporalmente nossas experiências; AUTONOMIA – contrário a pratica de comando e de controle e que Autonomia precisa de um movimento coletivo de responsabilidade em conjunto. Pressupões decisões compartilhadas; DIALOGIA – não necessariamente parte de um pressuposto que as pessoas vão se comunicar. Nossa sociedade vem pensando de forma dicotômica ou polarizado ou-ou. Ou sou MAEA ou sou tradicional. Pensamos na integração das diferentes concepções. Iluminação dos pontos cegos de duas falas; DIVERSIDADE – com certeza sistemas sustentáveis e integrados em rede são mais resilientes e com capacidade de resolver suas dificuldades. Amparar na diversidade. Integrar várias formas de olhar. Não uniformizar a diversidade;ACESSO AS EMOÇÕES – estamos construindo emoções competitivas – infelizmente valorizar o aprendiz que se aproxima mais da “verdade do professor”. A verdade é um movimento uniformizador. Existem várias verdades sempre. Perde a beleza do contexto. Pois a verdade está em integrar várias formas de olhar. A verdade universalizada perde a beleza do contexto; Construir um sistema de aprendizagem (inverso da “ensinagem”) – Estilo de pensamento para a “ensinagem” é sempre construir por sua experiência. Todo conhecimento é legitimo. Alcançar em conjunto um mundo mais qualificado. Não é uma busca apenas para a verdade. Mas a construção de uma rede fortalecida para aprender; DESLOCAR DO CONTEÚDO PARA ENCONTRA A COMPETÊNCIA (perfil de competência, desempenhos). Pensar no perfil de competência, desempenhos para agir de forma mais qualificada na sociedade. Conjunto de desempenhos de perfil de competência, viver um sistema de aprendizagem. Não existe uma verdade absoluta e sim de desenvolvimento de diferentes formas. Rede colaborativa em melhorar nosso contexto; Interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, transprofissionalidade – onde diferentes perfis de competência se interconectam para resolver seu contexto, parar de olhar para as caixinhas. E enfim, a busca incansável pelo Desenvolvimento humano e social sustentável. Sustentável qualidade da vida das pessoas, que as pessoas conversem e descubram as melhores praticas para elas e para a vida. Respondeu de forma ATIVA o que são as MAEA? Parabéns! Obrigada. Liliane Tannús.

  2. Marcia Levy Responder

    Adorei a sintese!!! Fiquei aqui pensando que realmente metodologia ativa não depende de uma técnica apenas, ela é uma forma de pensar. É isso?

    • Carlos Mourthé Responder

      Isso Marcia, que legal a sua percepção. O Fleck nos tira da caixinha. Desenvolver Metodologias Ativas de aprendizagem não é uma integração de técnicas, é um percurso individual/social que passa a constituir-se como um estilo de pensamento. E a transformação deste estilo de pensamento acontece fundamentalmente pela via da experiência… viver a experiências genuínas de aceitação do outro em sua legitimidade e construir juntos…

  3. Marcos Fabiano Monteiro da Costa Responder

    Carlos, muito interessante suas reflexões sobre as metodologias ativas como parte de um estilo de pensamento, de coletivos de pensamento e numa perspectiva integradora dos paradigmas. O acesso e o reconhecimento das emoções como componente fundante da vida e do processo de aprendizagem pelo educando e pelo facilitador é algo a explorar cada vez mais se queremos chegar a um balanço adequado entre racionalidade, emoção, sensação e as diferentes dimensões e modos de experienciar a realidade, o mundo e o outro em sua própria legitimidade e direito de existir e co-existir nos diferentes espaços de aprendizagem formais e informais.

    • Carlos Mourthé Responder

      Marcos, muito sensível a distinção que você traz. Você toca em elementos complexos que me instigam e nos permitem aprofundar as referências epistemológicas de uma aprendizagem ativa. Mas antes dessa continuidade, você pode me explicar o que quis dizer com: “se queremos chegar a um balanço adequado”, em meio à multidimensionalidade tanto individual quanto social que você apresenta?

  4. Fabiano Swinerd Responder

    Parabéns por mais este seminário!!! Dos ensinamentos, acho que um dos pontos que devemos estar preparados, e a palavra seria esta mesmo, pois nem sempre as pessoas estão preparadas para mudança, é se abrir para o novo. Principalmente, docentes que tiveram sucesso em seu campo profissional, mas precisam entender que as gerações evoluíram, e necessitam seguir novos passos, com novas metodologias para encantar o aluno. Desta forma, ficará mais fácil o processo de interdisciplinaridade pois este, é o entendimento de que não existe uma abordagem única sustentando algo, mas um conjunto de saberes, implicando em práticas sustentáveis para a transmissão e aquisição de conhecimento.

  5. Marcos Fabiano Monteiro da Costa Responder

    Carlos, quis aqui apresentar um contraponto a um certo pensamento que vigora em sociedades ocidentais como a nossa, por exemplo, onde ainda se valoriza fortemente a razão em detrimento da emoção e da corporeidade (onde se manifesta uma forte tendência a dicotomização e fragmentação destas múltiplas dimensões da humanidade). E numa perspectiva embasada na psicologia histórico-cultural e nas críticas vigotskianas ao dualismo cartesiano, quis aqui reconhecer e valorizar a importância da integração desta múltiplas dimensões no processo de desenvolvimento humano e civilizatório, onde a partir do “enfoque histórico-cultural no estudo das emoções, se analisa a atividade humana como unidade afetivo-cognitiva e as imbricadas relações que se travam, nela, entre afetos, emoções, sentimentos e pensamentos”.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *